Finanças do Fluminense: clube tenta reduzir dívida em meio à eleição e debate pela SAF

Atualizado: 08/11/2025, 10:27
Arte com o escudo do Fluminense, gráficos e s cifrões ao fundo, para representar as finanças do clube

O Fluminense chega ao fim de 2025 em meio a um esforço para equilibrar as contas e preparar o terreno para uma possível SAF. O clube, que encerrou 2024 com faturamento recorde e dívida de R$ 871 milhões, projeta fechar a atual temporada com redução considerável do passivo, impulsionado pelas receitas extraordinárias deste ano.

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O bom desempenho esportivo garantiu ao Tricolor cerca de R$ 330 milhões em premiações pela campanha na Copa do Mundo de Clubes. O valor, somado à classificação às semifinais da Copa do Brasil e à venda de jogadores como Kauã Elias e Arias, compõe a principal base de arrecadação.

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Segundo projeções, o clube pode encerrar o exercício com dívida próxima de R$ 750 milhões, valor que representaria a maior queda desde 2019. O resultado é visto como estratégico para as negociações da SAF. Afinal, o tamanho do passivo influencia diretamente o percentual de participação que o clube associativo manterá no acordo.

Faturamento recorde, dívida em queda e medidas de alívio financeiro

Alinhada à proposta da SAF, a gestão intensificou ações de quitação de pendências e busca mecanismos de controle financeiro. Em outubro, o clube realizou um leilão de R$ 10 milhões no Tribunal Regional do Trabalho, destinado aos pagamentos do Regime Centralizado de Execuções (RCE), que concentra as dívidas trabalhistas.

O saldo devedor do RCE, atualmente de cerca de R$ 55 milhões, é pago de forma parcelada até 2032. Contudo, o leilão aprovado pela Comissão de Credores e pelo Ministério Público do Trabalho permitiu o abatimento.

Mesmo com a melhora gradual, o Fluminense ainda convive com custos elevados e pouca margem de investimento. O superávit obtido em 2024 foi praticamente simbólico, e o clube segue dependente das transferências de atletas para gerar caixa e financiar suas operações.

SAF projeta alívio e investimento de longo prazo no Fluminense 

Diante da limitação de crescimento e da pressão da dívida, o Fluminense iniciou tratativas para a criação de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) em parceria com a LZ Sports, empresa ligada ao grupo Lazuli e formada por cerca de 40 investidores tricolores. O modelo proposto prevê aporte inicial de R$ 500 milhões em até dois anos, sendo R$ 250 milhões destinados diretamente à quitação de dívidas.

Além disso, os investidores se comprometem a realizar investimentos equivalentes a R$ 6,4 bilhões ao longo de dez anos, valor que representa uma obrigação de reinvestimento em futebol, infraestrutura e formação. O orçamento projetado para a SAF é de R$ 625 milhões por ano, incluindo folha salarial, contratações e melhorias em centros de treinamento.

A previsão é que a folha de 2026 alcance R$ 25 milhões mensais, cerca de 40% acima da atual. O plano também reserva R$ 36 milhões anuais para categorias de base e R$ 84 milhões para modernização dos CTs. A definição do modelo e o percentual de participação dos investidores dependerão do tamanho final do passivo apurado na diligência de 2025, quando o valor atualizado da dívida deve ser confirmado.

O objetivo declarado é sanear o clube antes da formalização da SAF, reduzindo o impacto dos juros e criando condições para um novo ciclo financeiro.

Perspectiva para 2026

Enquanto a proposta de SAF é debatida internamente, o Fluminense mantém o foco em equilibrar o orçamento e preservar a credibilidade conquistada com o superávit, ainda que pequeno. O cenário para 2026 é de continuidade da busca por estabilidade, com dependência das receitas de atletas e patrocínios enquanto a eventual transição para o modelo empresarial não se concretiza.

O clube aposta que a combinação de aumento de receitas operacionais e entrada de novos investimentos possa permitir, a médio prazo, a redução definitiva da dívida e a retomada de capacidade de investimento sem comprometer o caixa.

A eleição presidencial marcada para 29 de novembro também terá papel decisivo na definição desse futuro. Quatro nomes estão na disputa, mas dois concentram as principais forças políticas: Mattheus Montenegro, representante do grupo ligado à atual gestão, e Celso Barros, ex-presidente da Unimed.

Montenegro defende a criação da SAF em parceria com a LZ Sports e considera o modelo essencial para garantir sustentabilidade e competitividade. Barros, por sua vez, se opõe e classificou a proposta de transformação durante o período eleição como "estelionato eleitoral".

O resultado das urnas definirá não apenas a condução política do Fluminense nos próximos três anos, mas também o rumo financeiro do clube.


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Matheus Celani
Autor
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pr futebol, vôlei e esportes olímpicos.